A transtirretina é uma proteína sintetizada pelo fígado, que tem como função transportar a vitamina A, o retinol e uma das hormonas da tiróide, a tiroxina sistémica. A TTR é uma proteína tetrâmera (constituída por quatro subunidades), relacionada com o transporte da RBP (retinol-binding protein), proteína de ligação da vitamina A, de lípidos e da tiroxina (hormona da tiróide).
O nome transtirretina descreve as suas funções, transporte de tiroxina e retinol. A TTR é uma proteína de transporte produzida pelo fígado. Maria João Saraiva, em 1983 identificou a TTR Met 30.
Quando mutada torna-se insolúvel acumulando amilóide nos tecidos, o que provoca lesões sistémicas.
Estas mesmas fibras resultam duma alteração (mutação) no braço longo do cromossoma 18 do gene que codifica a transtirretina (TTR). A substituição neste gene de um único nucleótido em adenina por um em guanina (bases constituintes dos nucleótidos), na posição 30, leva a que seja codificado o aminoácido metionina (Met) em vez de valina, o que vai originar uma proteína com características diferentes.
Como é dominante, se os indivíduos forem homozigotas (tiverem os dois elementos do par do cromossoma 18 com a mutação) têm 100% de probabilidade de transmitir a doença aos seus descendentes. Se forem heterozigotas (só um dos cromossomas afetado) a probabilidade desce para 50%. O facto de um indivíduo ser homo ou heterozigota parece não agravar a sintomatologia, havendo até casos de homozigotas assintomáticos.
Se o indivíduo for homozigota, tem as quatro subunidades mutadas, se for heterozigota poderá ter uma, duas ou três. No entanto, se o mecanismo de deposição das fibras for o mesmo, o que ainda se está a investigar, tanto faz ser homo ou heterozigota.
Existem outras mutações na TTR, algumas das quais não patogénicas, que estão associadas à Met 30. No nosso país, foram identificadas seis famílias com a dupla mutação (Met 30 e Met 119), verificando-se que a doença aparece mais tardiamente e a sua evolução é menos acentuada.
Existem outras mutações na TTR, algumas das quais não patogénicas, que estão associadas à Met 30. No nosso país, foram identificadas seis famílias com a dupla mutação (Met 30 e Met 119), verificando-se que a doença aparece mais tardiamente e a sua evolução é menos acentuada.
A protecção que a segunda mutação (Met 119) faz da sintomatologia clínica está relacionada, com o facto de, para se formarem fibras, haver necessidade da TTR se dissociar nas suas quatro subunidades. Como a Met 30 o faz muito facilmente e a Met 119 oferece grande resistência a essa dissociação, a associação das duas atenua a sintomatologia.
Na mutação homozigótica da Val 30 Met TTR, os depósitos de amilóide parecem aumentar no organismo (sistema nervoso e visceral).
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